O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta sexta-feira (18) que o mau uso da inteligência artificial pode trazer graves riscos para as eleições brasileiras, e defendeu uma “legislação dura” que regule a tecnologia.
“A inteligência artificial pode ser usada para o bem ou para o mal”, disse durante o Fórum Brasileiro de Inteligência Artificial, organizado pelo Partido Progressistas, e que acontece em São Paulo. “Fico imaginando os graves riscos que a população corre com o mau uso”, emendou.
Lira argumentou que a possibilidade que a IA traz de criar discursos falsos em vídeos com vozes idênticas às de políticos, além da manipulação de fotos, pode comprometer o processo eleitoral. E disse que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) “vai ter trabalho nas próximas eleições” com os efeitos dessa tecnologia.
“Devemos dar nossa contribuição para o bom uso da inteligência artificial”, disse em nome do Congresso.
Segundo Lira, a regulação da inteligência artificial também deve ser responsável por minimizar o forte impacto que ela trará para o mercado de trabalho, com a automatização de várias funções.
Também presente no evento, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), pediu que o Congresso comece a se debruçar o quanto antes para criar um legislação básica para IA. E defendeu que esse debate aconteça no âmbito da regulação das gigantes tecnológicas.
Moraes argumentou que a junção da potência das redes sociais com a inteligência artificial pode tornar difícil a reversão de prejuízos causados pela desinformação.
“Vamos ter problemas nas próximas eleições com isso”, disse Moraes. “A inteligência artificial pode atrapalhar a igualdade de condições no processo eleitoral”, completou.
O ministro, contudo, defendeu uma “regulação minimalista” dessa tecnologia.
Sem se contrapor diretamente a Moraes, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a regulação da IA deve fugir das polêmicas em torno da criação de uma legislação para as redes sociais.
“Não estamos falando aqui de regulação das redes sociais”, disse Pacheco. “A questão da inteligência artificial é muito mais ampla”.
Agências