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Alexandre Lino conta planos e desafios para a nova gestão do Sindjornal

Por Natália Barros

Em 16 de junho deste ano aconteceu a eleição para o Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, que teve como vencedora a chapa Outras Palavras, sob a liderança do jornalista Alexandre Lino. Com 184 votos totais, o equivalente a 75% dos votos válidos, e recebendo o apoio de todos os ex-presidentes do sindicato, a vitória da chapa Outras Palavras, que teve em sua campanha o objetivo de resgatar e reconstruir a categoria, sempre pautado na luta para garantir os direitos básicos dos jornalistas, além de atuar frontalmente nos novos desafios da profissão, representa os novos tempos que se anunciam para o trabalho no mercado da comunicação social.

Alexandre Lino possui mais de 20 anos no exercício da profissão, acumulando experiências nos jornais impressos, sites, tv e assessoria de imprensa. Com formação pela Universidade Federal de Alagoas, além de jornalista, é professor dos cursos de jornalismo e radialismo em Alagoas, ajudando a formar muitos dos profissionais que atuam hoje no mercado, e já ocupou cargos como assessor de imprensa na Procuradoria Geral do Estado e em faculdades e cursos técnicos no estado.

O jornalista tomou posse nesta segunda-feira (10), de forma cartorial, junto a mais de 36 profissionais que integraram a chapa Outras Palavras, e nesta conversa com a Folha de Alagoas, Lino nos traz um pouco dos desafios que o esperam durante a gestão do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, entre 2023 e 2026:

  • Diante das dificuldades enfrentadas pelos profissionais do jornalismo nos últimos anos, com ataques à credibilidade, expressivas campanhas de desinformação e casos de violência a jornalistas, o que você considera, hoje, o maior desafio de ser um comunicador?

Os últimos anos foram muito difíceis para os jornalistas em todo o Brasil. Tínhamos no governo federal ataques sistemáticos aos profissionais da comunicação. No entanto, o próprio povo brasileiro decidiu escrever uma outra história. Temos muita esperança que sejam novos tempos no comando do país, e que isso traga mais segurança e respeito aos jornalistas. Falando em desafios, temos muitos. Vivemos uma mudança no formato de trabalho, com diminuição das redações, ampliação no número de veículos, redução dos investimentos publicitários, avanço das novas tecnologias e das redes sociais, e ao mesmo tempo a necessidade de cuidarmos da saúde mental dos trabalhadores.

  • Atualmente, discute-se muito o uso do ChatGPT no meio jornalístico, e existem muitos questionamentos sobre a substituição do trabalho dos jornalistas. Como você vê essa crescente presença de tecnologias do tipo para o futuro? O jornalismo está com os dias contados?

O jornalismo jamais estará com os dias contados. Muito pelo contrário, estamos em um momento de oportunidade para mostrar o diferencial de profissionais jornalistas diante das novas tecnologias. O ChatGPT é uma ferramenta que impacta, sim, o nosso trabalho, mas não o anula. O desafio agora é uma apuração jornalística ainda mais qualificada e um contato mais próximo com as fontes. É a checagem de informações agora que vira protagonista entre as nossas atribuições. Não adianta brigar contra a tecnologia e sim entender como ela pode servir para o bom jornalismo.

  • Recentemente, a chapa Outras Palavras, com a sua liderança, venceu a eleição do Sindjornal para a gestão 2023/2026. Quais serão as primeiras medidas que você pretende tomar para garantir os direitos básicos dos jornalistas como categoria? Em qual nível de prioridade a luta pelo piso salarial se encontra neste início de gestão?

Vamos iniciar uma campanha de novas filiações e ao mesmo tempo trazer velhos colegas de volta para nossa casa. Tenho o entendimento que somente juntos seremos mais fortes. Nossa categoria tem muita força e respeito na sociedade. Nós oferecemos a credibilidade, pois contamos as melhores histórias, mantendo a veracidade dos fatos. Na nossa gestão vamos voltar a nos encontrar em eventos, confraternizações, reuniões, cursos, palestras e prêmios. E, também, seguir com a defesa do piso salarial para os jornalistas, pois uma remuneração justa se transforma numa entrega de maior qualidade.

  • Em sua campanha, foi muito mencionada a necessidade de retomar a sede do sindicato. Como estão hoje as condições para que isso aconteça, como estrutura física, de funcionários e recursos financeiros?

Estamos com uma situação financeira muito delicada, poucos filiados estão em dia, fruto das várias crises que enfrentamos de uma vez só nos últimos anos. Tivemos pandemia, greve, mudança no cenário das relações de trabalho. Tudo isso mexeu com a categoria, que mesmo assim se mantém renovada. Precisamos reforçar agora nosso caixa para entregar resultados positivos, e entre eles, está a retomada de uma sede para os jornalistas. Hoje estamos contando com a solidariedade da CUT que nos cedeu uma sala para continuarmos atendendo aos colegas. Já iniciamos uma conversa com o governo estadual para encontrarmos uma saída para retomar nossa sede e acredito que muito em breve teremos boas notícias.

  • O que você considera que será o maior desafio da sua gestão à frente do Sindicato dos jornalistas de Alagoas?

Retomar nosso protagonismo na sociedade. Todos os demais problemas derivam da perda deste espaço. Maceió já teve jornalista vereador tamanha a nossa representatividade. Os últimos anos foram difíceis e terminamos perdendo parte da nossa força, mas organizados somos mais fortes e preparados para enfrentar todo e qualquer desafio que aparecer. Somos uma voz importante, somos o quarto poder, influenciamos a vida das pessoas, entregamos informações para que o cidadão possa tomar decisões e isso precisa ser valorizado.

  • Como será possível ampliar o número de parcerias e convênios para que o Sindjornal encontre um ponto de equilíbrio no sentido de oferecer cada vez mais benefícios aos seus filiados? Existe algum planejamento para isso?

Temos planejado isso desde a campanha. Os convênios vão sair, pois temos o propósito de colocar em prática. Vamos apresentar propostas ao setor produtivo para que eles possam oferecer as condições e se elas forem favoráveis, firmaremos bons acordos. Portanto, acredito que podemos abrir portas e criar parcerias que possam garantir mais qualidade de vida aos jornalistas. Vamos buscar convênios nas áreas da saúde, educação, entretenimento, lazer, gastronomia, entre outros.

  • Falando em filiados, quais ações o sindicato tem em vista para aumentar o número de profissionais sindicalizados e qual a meta estipulada para o resultado destas ações?

Teremos resultados, não tenho dúvidas disso. Teremos o que apresentar e com isso trazer nossa base de volta. Iniciaremos com nossa campanha de novas filiações, pois existe um desejo muito grande dos jovens em participar do dia a dia do sindicato, além de quadros históricos que já voltaram a participar durante o período eleitoral. Tem muita gente com boas ideias, com sugestões de cursos e eventos que quer fazer parte da entidade, que quer ter a carteira da Fenaj na mão. Temos uma meta de fortalecer nossa entidade com uma presença mais efetiva nas redações, assessorias, consultorias, salas de aula e com a turma que hoje faz social media.

  • Como presidente do sindicato, quais serão suas maiores motivações para fortalecer a categoria e obter resultados satisfatórios para os profissionais do jornalismo nos próximos anos?

Eu sou apaixonado por essa profissão. Foi meu primeiro vestibular, fiz o curso vivendo cada dia com muita dedicação. São mais de 20 anos, passando por todas as áreas de atuação: assessoria, rádio, tv, impresso, site, consultoria e sala de aula. Conheço pessoalmente praticamente toda a categoria e isso me deu credibilidade para chegar a essa vitória com mais de 75% dos votos, vencendo em todas as urnas, na capital e no interior, o que mostrou que a categoria confia no meu nome e na minha história para liderar os desafios que temos que enfrentar. Teremos resultados positivos e satisfatórios para fazer com que os jornalistas voltem a ser protagonistas na história alagoana.

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