A gestão do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), acaba de bater uma nova marca ao transformar o São João Massayó 2024 no evento junino mais caro do país. A programação começa no próximo sábado (22) e será realizada até o dia 30 de junho.
De acordo com informações da Prefeitura de Maceió, responsável pelo evento, 60 atrações acontecerão nos polos de Jaraguá e Benedito Bentes. Em média, serão gastos mais de R$ 2 milhões a cada dia do evento apenas com o pagamento de cachês dos artistas.
Antes mesmo de começar, o São João Massayó já quebra um recorde: será proporcionalmente a festa mais cara já financiada com dinheiro público em todo o país.
Até a última sexta-feira (14), a prefeitura divulgou os processos de dispensa de licitação com os valores que serão pagos às atrações, com mais de 90% destinado a artistas nacionais.
No total, as despesas apenas com o pagamento de artistas devem ultrapassar os R$ 19 milhões. Os montantes publicados até agora pela Prefeitura de Maceió no Diário Oficial somam R$ 15,5 milhões.
No entanto, ainda não foram publicados os contratos de outras atrações, que, levando em conta o valor de mercado, devem somar mais de R$ 3,5 milhões.
Entre os contratos não publicados até o momento, estão Léo Santana (R$ 450 mil), Calcinha Preta (R$ 350 mil), A Vontade (Luan Estilizado, Zezo e Raí) (R$ 600 mil), Manu Batidão (R$ 350 mil), Baby Som (R$ 140 mil), Bell Marques (R$ 500 mil) e César Menotti e Fabiano (R$ 400 mil).
Os cachês de cerca de R$ 19 milhões seriam suficientes para a prefeitura comprar 280 carros populares, adquirir 50 ônibus escolares ou 76 ambulâncias completamente equipadas.
Se o investimento fosse para infraestrutura, seria possível construir até 9 novas creches ou de 3 a 4 novas UPAs.
Mais caro que Caruaru
Para se ter uma ideia, os valores gastos com atrações nacionais em Maceió superam numericamente os pagamentos de cachês no São João de Caruaru, que disputa com Campina Grande o título de maior festa junina do mundo.
Na cidade pernambucana, os gastos foram estimados em R$ 12,3 milhões, de acordo com dados do portal da transparência junina do Ministério Público de Pernambuco.
Já em Campina Grande, que terá uma programação com 31 dias de apresentações, a prefeitura não gastará nenhum centavo.
Todas as despesas da festa serão de responsabilidade da Arte Produções de Eventos Artísticos e Locações Ltda., empresa que ganhou a concessão para realizar o evento, mediante pagamento de valor ao município.
Maceió supera os gastos até mesmo de grandes capitais, como Salvador. Na capital alagoana, o valor médio do cachê que será pago durante o São João é de cerca de R$ 300 mil, enquanto na capital baiana chega a R$ 132 mil.
O município alagoano também paga o cachê mais caro do país a um único artista: R$ 1,2 milhão para Gusttavo Lima. O maior cachê pago pela Prefeitura de Salvador é de R$ 500 mil (para Bell Marques, Durval Lelys, João Gomes e Xand Avião).