Um estudo promovido pelas universidades de Lyon, na França e no Canadá, mostrou que o uso de cloroquina como forma de tratamento contra a Covid-19 pode ter causado a morte de 17 mil pessoas em países ricos. A amostra é referente apenas à primeira onda da pandemia, ainda em 2020.
Segundo os especialistas, foram analisados os dados de hospitalização em seis países — França, da Bélgica, da Itália, da Espanha, dos EUA e da Turquia. Nos tratamentos, os pacientes foram expostos ao medicamento, resultando em um aumento do risco de morte, principalmente ligados a distúrbios do ritmo cardíaco.
A cloroquina é recomendada para casos de malária. Entretanto, no início da pandemia, foi aplicada a pacientes que positivaram para a Covid-19, mesmo que sem evidências científicas sobre sua eficácia.
Após uma pesquisa promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ficou alertado que o medicamento não apresentava impacto positivo aos pacientes. Além disso, alguns especialistas alertavam para efeitos colaterais que o tratamento com cloroquina poderiam trazer.
Enquanto alguns países optaram pela retirada do medicamento do protocolo de tratamento contra a Covid-19, o governo do então presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, ordenou que aumentassem o abastecimento. O remédio foi promovido pelo presidente, que anunciou que tomava cloroquina como maneira de se prevenir da doença.
Na época, Bolsonaro disse: “Sabe quando esse remédio começou a ser produzido no Brasil? Ele começou a ser usado no Brasil quando eu nasci, em 1955. Medicado corretamente, não tem efeito colateral”. A defesa do medicamento continuou durante os anos seguintes, sendo uma das ‘bandeiras’ levantadas pelo político.
Nos Estados Unidos, o mesmo ocorreu com então presidente Donald Trump. Em discursos, o empresário dizia que as pessoas não tinham “o que perder”, incentivando o uso do remédio.
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